Branco em Redor é uma surpresa daquelas que nos apanha, carrega e nos deixa de queixo aberto.
Cada vez mais as novelas gráficas se apresentam aos leitores como pequenos poços de cultura.
Branco em Redor é um desses livros de banda desenhada que enche de janelas ilustradas os olhos de quem tiver a sorte de o ler.
Aqui conta-se a história, baseada em factos verídicos, da primeira escola com alunos negros de que existe memória nos Estados Unidos da América.
O ano é 1832, 30 anos antes da abolição da escravatura e situa-se em Canterbury (Connecticut) onde os negros já são livres mas que n têm ainda direito à preciosa cidadania.
Racismo, medo, intolerância e indignação vão chocar de frente com a escola de Prudence Crandall que fez frente a tudo e todos, aceitando as primeiras alunas negras da história daquela nação.
Wilfred Lupano adapta magistralmente uma obra que, ilustrada por Stéphane Fert é de uma perfeição tal que merece toda a atenção daqueles que, como eu, gostam de grandes histórias.
Fert não é só um ilustrador, é também um pintor que, com as suas vinhetas em tons de pastel nos transporta para uma época de passada cheia de acontecimentos surpreendentes de coragem, resiliência e atitude que vão descambar num relato gráfico que não conhecia e que, como disse acima, me enriqueceram o conhecimento.
A Arte de Autor é a responsável por este livro maravilhoso de 142 páginas, com uma capa suave e aveludada que vem ainda com um posfácio do Prudence Crandall Museum.
Esta é uma leitura My Best Toys e que pode ser adquirida em qualquer livraria da especialidade ou directamente no site da editora (hiperligação acima!!).