Estávamos no inicio dos anos 80.
A série de animação mais vista nessa altura por toda a gente lá da rua era a que marcou tão profundamente uma geração que se tornou provavelmente, uma das melhores séries de sempre do género.
Quantas vezes é que parávamos a brincadeira para irmos para o café, ou mesmo para casa em pequenos grupos, para ver o He-Man puxar da sua espada para dar uma valente lição a Skeletor?
Quantas vezes nos arrepiámos quando o Principie Adam ergue a sua espada e profere as palavras mágicas que o transformam no homem mais poderoso do universo?
Pois para piorar tudo, esta série de animação depressa se tornou numa loucura para os mais jovens.
O mercado enchia-se de produtos relacionados, desde os famosos brinquedos a merchandise de todo o género.
Precisamente em 1983, aparece em território lá do bairro, a caderneta de Masters of the Universe.
Loucura total!
Caixas e caixas de cromos a esgotar em dias.
Cadernetas a preço exorbitante que não parava de desaparecer das prateleiras...
Cromos colados em portas de prédios, postes de electricidade, caixotes do lixo, vidros de carros e demais janelas dos quartos de tantos amigos.
Este foi um fenómeno tal que até hoje não teve precedentes, pelo menos que tenha chegado ao meu conhecimento.
Lançada pela Panini e Editora Morumbi, esta caderneta apresentava desenhos que nos levavam directamente para o mundo mágico de Eternia.
Com capacidade obrigatória para 216 cromos, esta era uma caderneta que nos enchia a alma.
Aqui podíamos coleccionar em cromos, alguns dos mais marcantes episódios da série.
O Raio do Diamante da Desaparição, A Busca de Teela, A Maldição da Pedra Mágica, O Corredor do tempo, A Invasão dos Dragões, O despertar do Colosso, Os Seres do Charco de Alcatrão e a Cantiga de Celice são as aventura representada em belos Cromos autocolantes que faziam as maravilhas de todos lá na rua.
No entanto, com a arte a preto e branco a rodear maravilhosamente os cromos coloridos, a melhor surpresa era mesmo o poster central deste álbum que apresentava uma paisagem de cores garridas para completar com cromos recortados, formando uma aventura gráfica digna de colecção.
Não me recordo do que fiz à minha caderneta desse tempo.
Sei que não a consegui completar, embora recorde episódios de trocas de cromos e até de retirar cromos de cadernos de colegas só para poder completar o postes interior que me orgulhava de ter em condições e sem uma única dobra.
Este exemplar aqui mostrado foi adquirido à uns anos, sendo que algumas imagens a preto e branco se encontram pintadas. Não é o melhor exemplar mas é o que está em melhores condições. Tenho a certeza de que encontrarei outros mais tarde.
Sei que existe uma versão alemã desta caderneta que é ligeiramente diferente nas ilustrações das primeiras páginas e contracapa.
Espero encontrar um desses exemplares para a minha colecção muito em breve.
A Caderneta de Masters of the Universe é e continuará a ser uma das mais belas da época.