Não é todos os dias que deparamos com obras de grande calibre.
Tenho apresentado aqui, ultimamente, grandes livros de banda desenhada de autores portugueses que me têm surpreendido pela positiva e que classifico como "deveras impressionantes!"
O livro que trago aqui neste artigo é qualquer coisa que posso classificar desse modo, mais ou menos geek como, "deveras impressionante"!
Pode ser uma classificação só minha e para este blogue de colecionismo POP virado essencialmente para figuras de acção e brinquedos mas, como já escrevi aqui em diferentes casos, sem a BD, o cinema ou mesmo a literatura, nada disto que apresento aqui regularmente e que fazem parte das minhas coleções, seria possível.
Comecei a ler as obras do Miguel Rocha vai fazer muitos anos.
As pombinhas do Sr. Leitão, Março, Beterraba, Eduarda e algumas outras, não propriamente por esta ordem mas todas lidas com um fascínio próprio de como o traço do Miguel é expressivo, intenso e diferente de tudo o que já vi em Portugal.
Claro que existem outros "diferentes" e cada artista é dono de um estilo próprio e único mas o Miguel consegue fazer muito do pouco. O seu traço é dramático e a sua maneira de contar histórias nem precisa de escrita sendo que as imagens falam por si e com uma intensidade tal que até transmitem emoções, entendimento sem texto, expressão, som e ambiente.
Estou a repetir-me?
Talvez esteja a expressar-me em círculos.
Em A Rainha dos Canibais, Miguel Rocha regressa à grande narrativa que nos trouxe com Beterraba.
Este volume em capa dura com 208 páginas é um colosso de aventura, humor e dramatismo, recheado de emoções e personagens que não vão ser esquecidas tão cedo.
Com ambiente no misterioso e exótico continente africano, este é um livros que reúne uma história contada em diversas partes e que leva duas mulheres a explorar acidentalmente, as várias regiões, povos e costumes que vão encontrando num caminho que nem sequer está bem definido.
As páginas são belíssimas e de uma simplicidade gráfica sem precedentes.
Está lá tudo sem grande detalhe e o detalhe está lá, sem grande esforço num jogo de sombras que é característico da sua arte, incutindo um drama e expressão quase ancestral na maneira de mostrar os diferentes acontecimentos.
No geral este é um álbum que só vendo, só lendo, só folheando dará para perceber na sua plenitude a minha opinião sobre A Rainha dos Canibais!
Recomendo este livro da Comic Heart / A Seita, que está disponível um pouco por todo o lado.
Este é apenas o primeiro Tomo e no final deixa-nos um pouco em suspenso e com vontade de descobrir afinal, onde leva esta história? Que viagem é esta por terras de Africa?
Ficamos a aguardar o Segundo Tomo do que me parece ser uma história merecedora de atenção por parte de todos aqueles que gostam de banda desenhada e não só!
Como escrevi acima é deveras impressionante!