sábado, 30 de novembro de 2019

Leituras do Best - Sentinel...

Para mim é muito fácil falar da obra de Luís Louro.
Sou grande fã do Luís e acompanho as suas criações desde sempre...ou quase sempre...
Comecei a ler e a ver a arte dos seus álbuns com o lançamento do seu Alice em 1995, sendo que foi até cartaz do Amadora BD desse ano.
Durante muitos anos segui o seu trabalho em BD e em Fotografia, sempre que podia e no ano passado voltei a ficar de queixo caído com o lançamento de Watchers.
A ideia é genial e torna-se no primeiro autor em Portugal, de que eu tenha conhecimento, que lança um álbum com dois finais possíveis sendo o leitor que escolhe qual o álbum que quer comprar e que final mais lhe agrada.


Este ano o Luís está de volta com Sentinel, a continuação de Watchers e posso desde já garantir que é, mais uma vez, uma ideia genial. Não imaginava melhor continuação neste novo universo criado em Watchers onde numa Lisboa futurista onde os animais selvagens miniaturados são moda e toda a gente tem um, decorrem acontecimentos de continuidade a um fenómeno que se pensava ter terminado em Watchers e que aqui chega a um extremo tão actual que nos deixa a pensar.


A arte é novamente uma delícia.
Carros voadores e eléctricos flutuantes, cruzam as ruas onde alguém passeia uma girafa minúscula e onde pequenos hipopótamos habitam conhecidas fontes de Lisboa.
Árvores despontam por todo o lado, lançando ramos retorcidos dos mais estranhos lugares, crescendo livremente de janelas, chaminés e habitando naturalmente os apartamentos dos mais simples habitantes da pitoresca urbe.
Desta vez tive a sorte de ter participado nas mensagens entre utilizadores da história e lá estou eu, na cascata de mensagens, a dar a minha opinião ao que se passa no final da página 12. (Obrigado Luís por esta honra de estar aí mencionado numa obra tua).


As cenas eróticas, ridículas e de critica à sociedade actual estão lá retratadas com um humor tão característico que é quase impossível não nos demorarmos nas cenas maiores à procura de detalhes, personagens, cenas e outras surpresas que estão desenhadas, escritas em paredes ou são explicitamente detalhadas no próprio argumento da história. As "piscadelas de olho" são mais que muitas e é este o estilo que caracteriza a arte do Luís.


Como não podia deixar de ser, este Sentinel também tem duas versões e desta vez são dois começos diferentes. Cada um pode escolher que começo quer para esta continuação, sendo que a maior parte dos coleccionadores, como eu, compram os dois álbuns...os verdadeiros fãs querem saber tudo!!


Não vou revelar em que se baseia a história ou como começa.
Principalmente porque existem os tais dois começos.
Para saber o fim, para saber como o Luís Louro deu continuidade a uma história que deveria ter terminado em Watchers...têm de ler este Sentinel.
Garanto que ninguém se vai arrepender.

 Autógrafos que obtive do Luís na Comic Con de Lisboa

O Sentinel está à venda por todo o lado. 
É uma edição Asa, de 2019, com 47 páginas em capa dura.