Esta é uma edição que está a causar um enorme furor de indignação precisamente pela mesma razão que causou na série animada da Netflix, Masters of the Universe: Revelation e consequentemente na continuação em Masters of the Universe: Revolution.
Penso que a maior parte dos fã não quer personagens novas em MOTU!
No entanto e depois da polémica na série animada, da qual não vou falar aqui, penso que este one shot pretende justificar a presença de Andra no universo de He-Man.
Na história, Andra apresenta-se como a nova Man-At-Arms e falha redondamente, parecendo até desiludir Duncan, o antigo Man-At-Arms e supostamente o homem mais perigoso de Eternia.
Entretanto algo está a ameaçar a paz nas Orkas Islands. Duncan parte para investigar e deixa de dar notícias. Sendo a sua terra Natal, Andra parte numa missão de tentar descobrir o que se passa na ilha e qual foi o destino de Duncan.
É por lá que encontra o seu Tio Dekker, que não via desde a morte dos seus pais e que também julgava morto.
Acaba por descobrir que a ameaça é o Conde Marzo, responsável pela morte dos seus pais. A partir daí vai tentar de tudo para resolver a situação e salvar o povo de Orkas e a sua restante família, de uma ameaça séria e devastadora.
É quando Andra chega à ilha que a história fica estranha.
De acordo com as "Lendas" de MOTU, Dekker foi o Man-At-Arms antes de Duncan e supostamente o seu mestre. Aqui nada disso é referido! Escusado será dizer que existem alguns furos ou mesmo descuidos na narrativa que me fizeram alguma confusão.
Embora a história se passe entre os eventos de Revelation e Revolution, existem elementos aproveitados da série de 200x (o veículo que Andra usa para chegar a Orkas é uma ideia dessa série, assim como as personagens Dekker e Count Marzo).
A certa altura, já na ilha, quando Andra encontra Dekker, pergunta-lhe onde está Duncan e o tio responde perguntando se Duncan não está em Eternia. Claro que o que ele queria dizer era "Em Eternos!" pois Duncan estaria em algum local de Eternia (planeta) mas não em Eternos.
Existem outras pequeninas coisas que não vou mencionar e deixo para o leitor do comic retirar as suas próprias conclusões.
Penso que a aventura não é significativa para o universo ou continuidade de MOTU. É uma típica história de confiança e evolução de personagem que já tinha sido abordada na série animada.
He-Man e a nova Sorceress aparecem pouco e sem qualquer tipo de intervenção relevante para a narrativa.
Quem escreve é Tiffany Smith, a atriz que deu a voz a Andra, na série animada e os desenhos são de Adriana Melo (sim, a vencedora do Eisner de 2019!!)
Este é um comic com 47 páginas, pesado, dinâmico e destina-se a quem é muito fã ou a quem gostou da personagem e da série de animação da Netflix.
Na minha opinião é uma história que não tem relevância e que dá importância a uma personagem que quer ser mais, mas que nunca estará sequer perto do seu objectivo principal, que é substituir Duncan como Man-At-Arms de Eternos.
A arte é muito boa, mas esperava melhor da Adriana.
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