Não tenho nada contra os autores gregos, muito pelo contrario e sou leitor de todo o tipo de literatura, mas nunca fui muito de ler Teatro.
Aristófanes, considerado um dos grandes dramaturgos cómicos da antiguidade, viveu entre 447 e 385 a.C. e sim, é um dos grandes gregos.
Um daqueles génios que ficou para sempre lembrado pelas suas obras embora sejam poucas as que chegaram até nós, pelo menos até agora.
Acontece que nunca tinha lido nada dele pois, apesar do nome sonante e famoso, nunca tive grande curiosidade em ler as suas obras.
Quando chegou às minhas mãos esta adaptação de Zé Nuno Fraga da Ecclesiazusae, que se traduz como A Assembleia das Mulheres, a primeira coisa que me deixou curioso foi o desenho.
Como tinha referida já aqui nesta rubrica do meu blogue sobre leituras, as adaptações de grandes obras para banda desenhada estão a abrir horizontes um pouco por todo o mundo.
Desde obras como O Grande Gatsby, a Frankenstein, Drácula, Dom Quixote e tantas outras também da literatura portuguesa, que nos chegam agora no formato de novela gráfica, tenho de reconhecer que ficamos com uma ideia completamente diferentes dos autores e das histórias que querem contar.
Para mim foi muito mais fácil ler esta peça de Aristófanes assim do que pegar no grosso texto de teatro que, pela sua forma narrativa me aborrece.
A Assembleia das Mulheres é uma das peças cómicas do autor grego.
No história, as mulheres de Atenas disfarçam-se de homens e vão discursar na Assembleia para poderem fazer valer as suas ideias e contestar para si parte do poder instituído desde sempre pelos homens.
Zé Nuno Fraga leva-nos a uma viagem ao passado de Atenas e à sua sociedade com texto que é uma transcrição literal da peça do autor grego.
Aqui, a adaptação é apenas no desenho.
Assim, ao longo destas 56 páginas, somos levados para uma história que ainda hoje é tão actual e que arranca gargalhadas ao leitor.
As situações são muito bem pensadas e os desenhos tão bem pensados que tornam o texto ainda mais hilariante.
A Assembleia das Mulheres é uma grande história. Um livro que nos leva a pensar nas consequências que certos actos poderão ter na sociedade.
Esta é uma primeira edição de 2019, em capa dura, editada pela A Seita e a Comic Heart e que adquiri da Feira do Livro de Lisboa, na banca das editoras.
Para quem não leu ou não conhece, façam como eu e deem uma oportunidade a este livro que é leitura altamente recomendada para esta semana!