Por vezes coleccionar "Toys" não chega. Por vezes coleccionar certos Toys, figuras de acção ou mesmo simples brinquedos é algo que vem de algo, que começa com o visionamento de um filme, a leitura de uma BD ou mesmo ou bom livro.
Essa vontade vem sempre associada a qualquer coisa do mundo literário, televisivo ou cinematográfico, mesmo que essas histórias tenham meia dúzia de anos ou mesmo milénios.
O caso das Crónicas de Allaryia é algo que em Portugal foi inédito.
Foi em 2002 que conheci o Escritor Filipe Faria.
Estava eu a trabalhar no 1º Forum BD de Lisboa, que se realizou no Saldanha, naquele edifício emblemático da PT telecomunicações (agora Altice), quando perto da minha banca vislumbrei um tipo alto, magro e vestido de negro que, teso como um carapau, se encontrava sozinho qual segurança de um qualquer bar Pseudo-Metal, protegendo uma banca onde diversos volumes brilhavam de novos numa mesa atoalhada da Editora Presença.
Poucos dias antes já o tinha eu visto, num qualquer programa televisivo, a passar um atestado de estupidez aos apresentadores do mesmo por causa da pronuncia do nome do protagonista principal da sua "Manopla da Karasthan", primeiro volume do que seria a saga das Crónicas de Allaryia.
Curioso abordei-o e depois de uma inteligente conversa sobre livros e sobre nós próprios, nasceu ali uma amizade inseparável que ainda hoje cultivamos e que mantemos com encontros, tertúlias e reuniões de amigos em comum e que muitas vezes serve apenas para nos tentarmos livrar das coisas que as coisas da vida nos vão tentando meter na cabeça só porque sim.
Foi também a partir desse dia que me embrenhei em Allaryia. Comprei o primeiro volume e fui até lá, passear pelas ruas de Ul-Thoryn e caminhar pelos campos e florestas de Nolwyn. Conheci personagens estranhas e heróicas e vivi de perto esta primeira aventura fazendo deste grupo de companheiros em viagem os meus próprios companheiros de aventuras.
A Manopla de Karasthan - Volume 1 das Crónicas de Allaryia, 1ª edição de Abril de 2002
Os Filhos do Flagelo - Volume 2 Crónicas de Allaryia, 1ª edição de Dezembro de 2002
No final do mesmo ano surge a continuação do épico. Elfos e Elfos Negros, Magia e intriga, paixão e revelações. Vai-se revelando a pontinha do Icebergue que será esta tremenda saga.
Neste segundo volume e por incrível que pareça o Filipe aparece com uma escrita mais madura, sólida e com uma narrativa que se vai embrulhando nas personagens novas fazendo o casamento perfeito entre os heróis já conhecidos.
Marés Negras - Volume 3 das Crónicas de Allaryia, 1ª edição de Novembro de 2003
Só no final de 2003 é que voltei a Allaryia, com o terceiro volume. Aqui começa uma guerra que vai levar as personagens a Val-Oryth em busca de respostas e com destino marcado em Asmodeon.
Este é um livro duro, frio e implacável onde a narrativa de acção está sempre a fervilhar.
A Essência da Lâmina - Volume 4 das Crónicas de Allaryia - 1ª edição de Maio de 2005
O quarto volume surge apenas dois anos depois com muito insistência da minha parte e de certeza também de alguns fãs, para que o Filipe acabasse este volume.
Acabou por sair uma obra prima da literatura fantástica e um dos meus volumes favoritos das Crónicas. O Herói que procura respostas para a derrota e para a ainda mal refeita surpresa da volta do Flagelo. Ainda no rescaldo do sacrifício do seu pai perdido, este parte para um local onde poderá entender melhor toda a extensão do seu poder e parte do seu destino.
Vagas de Fogo - Volume 5 das Crónicas de Allaryia, 1ª edição de Abril de 2007
As Vagas de Fogo chegam também 2 anos depois da anterior Essência da Lâmina.
Separados, os companheiros voltam-se para si próprios na esperança de levarem a cabo outras façanhas que vão tentar retirar dos seus corações a desesperança e o sentimento de derrota. O senhor das trevas tem planos que podem testar todas as forças dos companheiros agora dispersos por Allaryia.
O Fado da Sombra - Volume 6 das Crónias de Allaryia, 1ª edição de Maio de 2009
Talvez a melhor capa de toda esta saga com a arte de Samuel Santos.
Este é um dos volumes mais tensos de todos pois adivinha já o término da saga e uma conclusão misteriosa e insondável. Os Deuses estão mortos e colhem-se agora os frutos do Flagelo, semeados desde o início de tudo. É aqui que tudo muda e se prepara o fim...
Oblívio - Volume 7 das Crónicas de Allaryia, 1ª edição de Fevereiro de 2011
O final esmagador desta saga vem recheado.
Guerra, lutas épicas, magia, horror, destruição, esperança, ressentimento, alívio e surpresa.
Nada me preparou para este final brutalmente épico da saga.
Ainda hoje, volvidos quase 10 anos, não consigo descrever o quão surpreendido fiquei com a narrativa do Filipe e com as constantes reviravoltas da história.
As Crónicas acabaram por se estender nos anos e o último volume saiu em 2011.
Ao longo de toda esta saga o Filipe tece intrigas, reviravoltas e alegrias, distribui amor, humor e morte e torna-se sem querer o primeiro escritor de Alta Fantasia em Portugal.São 7 volumes de muitas páginas para ler e quem sabe reler.
O melhor de tudo é que a saga não ficou por aqui e o Filipe está de regresso às Crónicas e em breve voltaremos a Allaryia. O autor promete uma Allaryia muito diferente daquela que deixámos em Oblívio e já se adivinhava algo desse género no último capítulo.
O lançamento está para breve e ainda este ano seremos brindados com A Oitava Era.
O autor Filipe Faria está presente em https://www.filipe-faria.com/ e para quem tem muita curiosidade pode ainda juntar-se no seu canal do Telegram em https://t.me/s/filipefariallaryia
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