Biografias, relatos históricos, ficção, fantasia e tanto mais.
Ultimamente até se revisitam clássicos transformados em relatos mergulhados na dinâmica das vinhetas e de tal forma que não ficam nada atrás dos textos originais.
Nestas abordagens onde se contam contos, surgem muitas vezes aquelas histórias que valem tanto que não podem ser contadas de outras formas.
Só mesmo a banda desenhada pode carregar o dramatismo dessas histórias.
Dodô é uma dessas histórias de banda desenhada.
Filipe Nunes, narra e ilustra um conto diferente.
Uma realidade que muitas vezes nos passa despercebida e, mesmo transformada numa metáfora de proporções desesperantes, relata a verdade vista pelos olhos de uma menina de seis anos.
Forçada a adaptar-se a uma vida de pais ausentes e separados, Laila passa as tardes a sonhar em voltar à escola, em ver a mãe...
É numa dessas aborrecidas tarde de monotonia e vazio que faz amizade com um estranho pássaro que vive num parque perto da sua casa.
Terá encontrado um amigo?
Este é um livro para ler e reler.
Um livro para olhar e ver.
Perceber no que pode estar a acontecer mesmo ali, na casa ao lado.
Dodô surpreendeu-me e é o livro que recomendo para esta semana.
Nestas 80 páginas, publicadas pela Kingpin Books em 2017, vamos encontrar uma história actual que nos vai por a pensar.