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quinta-feira, 21 de maio de 2020

Leituras do Best - O Corvo Vol. 4 "Inconsciência Tranquila"...

Quando soube da notícia do regresso do Corvo não consegui deixar de sorrir.
Foi o próprio Luís Louro que mo disse, numa das nossas conversas informais na Comic Con 2019, durante a sua presença em sessão de autógrafos na Artist Alley...ou terá sido antes disso?
O Corvo é daquelas personagens imortais com que simpatizamos imediatamente e que nos faz lembrar um amigo que todos têm que partilha com este herói alguns traços da sua personalidade única.


Depois de anos à espera de mais notícias sobre o Corvo e o seu companheiro Robim, o herói está de volta...e o melhor de tudo é que não veio sozinho. O seu inimigo "Fanã"....errhh, desculpem....Combustão, está de volta e adivinha-se combate mortal e decisivo.
Combustão, o neme..mene..nemsist...ok! O inimigo declarado do Corvo está pior do que nunca e desta vez tem um plano...


O humor mordaz presente neste volume vem com a principal característica do Luís que é a coragem de fazer humor com o que não deve.
Isso irá, com toda a certeza, dar-lhe um lugar no dicionário de expressões portuguesas como BD "à Luís Louro" e é bem merecido.
Durante todos os cinco capítulos deste livro sólido e que penso ser o mais longo que o Luís já fez, vamos acompanhar o Corvo em situações únicas, com a Lisboa do costume como pano de fundo e com personagens novas e surpreendentes que vão levar o herói a um verdadeiro teste de auto análise constante e questionando sempre a sua ética super heróica.


Como não podia deixar de ser o erotismo está sempre lá, com as apetitosas mulheres do autor, desta vez num controlo "descontrolado" de personagens em fantasias que estão para além da nossa imaginação, encaixando-se como uma luva nesta aventura e tendo um papel fulcral no desenrolar de toda a Inconsciência Tranquila que assombra o herói.


A arte é um festim para os olhos.
A interacção do narrador/autor com as personagens é uma ideia fantástica.
A dinâmica da história está com um ritmo firme e cheio de belas surpresas na forma tradicional de escritos nas paredes e de aparições secretas e piscadelas de olho que caracterizam o humor do Luís como único e subtilmente bombástico.


Podia falar muito mais deste enorme volume do Corvo. Podia ser técnico e mais assertivo e criticar mais e elogiar mais isto e mais aquilo. Aqueles que depois desta minha análise ou de outras análises que já enchem as páginas e blogues diversos, vão ler o livro e entender tudo o que está escrito aqui e tenho a certeza que o próprio Luís se vai rir desta análise.


Para terminar acho que a história do Corvo não termina aqui. Espero não ter de esperar tantos anos para ler mais sobre este verdadeiro super herói Lisboeta que, pelos telhados da cidade mantém a sua vigília, acompanhado do seu fiel Robim e regando as mais complicadas situações com um Ucal fresquinho.

Esta é uma edição especial numerada e autografada pelo autor, com carimbo branco da editora e limitada a 100 números, da primeira edição do Corvo pela Ala dos Livros.


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