Estávamos no ano de 1995, o mundo dos comics já não era o mesmo desde a formação da nova editora Image Comics em 1992. Com o lançamento de títulos lendários como Spawn, W.i.l.d.cats, Savage Dragon, Youngblood, Cyberforce entre outros, os coleccionadores viam-se na necessidade de escolher o que comprar e o que seguir neste novo e fantástico universo de heróis fora do comum.
É neste ano de 1995, mais precisamente em Novembro, que David Whol, Michael Turner e Cristina Z. põem no mercado um título que vai revolucionar a arte nos comics.
A Witchblade aparece para deixar todos de boca aberta e com arte de Michael Turner, que será algo nunca visto desde que Todd McFarlane e Marc Silvestri, lançaram os seu títulos em 1992.
O primeiro número esgota em pouco tempo e em Portugal aparece em lojas da especialidade, desaparecendo rapidamente dos escaparates. Nesta altura já eu andava à caça dos raros números de Spawn e foi por sorte que um dos gerentes da BD Mania (loja que se situa hoje na Rua das Flores, em Lisboa) me aconselhou a nova Witchblade.
Confesso que na altura, tinha eu acabado de fazer 20 anos, um título em que o protagonista era uma mulher cheia de curvas avantajadas, até que não era má ideia de todo.
Witchblade foi uma das primeiras revistas em que o principal protagonista é uma mulher e só por isso sabia que ia valer a pena.
Recordo-me de ter comprado a revista e de a ler no longo caminho para casa, que fazia de autocarro. Não tirei os olhos da arte durante todo o caminho. "The Saga Begins" era o que prometia a capa da revista que mostrava a heroína da história, meio despida no meio das gárgulas, em pose de matadora e com aspecto futurista, numa capa que se prolongava para a parte detrás da revista, formando um poster com arte de Micheal Turner que naquela altura não era assim tão comum.
Devo ter lido a revista umas 5 ou 6 vezes para absorver bem a história e no dia a seguir até a levei para a escola (estava a terminar o secundário em artes e o pessoal teria de ver aquilo).
A revista lá passou de mão em mão pelas 3 turmas de artes de anos diferentes e foi tratada de várias maneiras. Em certas partes do dia até lhe perdi o rasto encontrando-a por acaso, dobrada ao meio, no bolso das calças de ganga uma colega minha que, para meu horror, me entregou a revista dobrada e sem qualquer preocupação pelo seu estado.
As fotos que apresento aqui são dessa mesma revista que guardei religiosamente até hoje.
Witchblade apresenta Sara Pezzini, uma detective da NYPD que sem saber muito bem como, se vê envolvida num mistério que tem milénios e que envolve um misterioso empresário que possui um artefacto poderoso e de origem desconhecida. Vendo-se numa situação de vida ou morte, Sara vê-se, de repente, na posse da Witchblade, uma antiga relíquia, em forma de luva, que lhe dá poderes incríveis e incompreensíveis.
É aqui que começa a "Saga" que se promete na capa e que se vai prolongar por muitos anos.
Com arte de cortar a respiração, dinâmica de acção e paginas totalmente preenchidas com desenhos, Witchblade vem dinamizar a arte de contar histórias e vem mostrar uma história que terá repercussões em vários títulos da Image e que depressa se tornará numa lenda da Banda Desenhada.
Esta é seguramente uma publicação lendária e não apenas pelo seu primeiro número. Prometo mostrar aqui todos os números desta saga e ir revelando como é que este Witchblade se tornou numa das minhas mais orgulhosas colecções.
Eu lembro-me de comprar isso na versão Brasileira da Globo até acho que foi das que mais números comprei mais na época depois de Spawn.Mas so leria tudo quando saiu em 2 tpbs Devir no inicio.
ResponderEliminarRecordo-me dos excelente volumes da Devir...foi pena que a revista durou apenas 136 números. Mas teve histórias excelentes e a fase do Stephen Sejic foi brutal...
ResponderEliminar